quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Lições de 2016: humildade, paciência, persistência, criatividade, flexibilidade e CORAGEM

Sim, vai ter textão de final de ano.

Não dá para deixar um período tão rico em aprendizado passar em branco.

Em muitos momentos eu fiquei muda, atônita, pasma. Foram muitas mudanças, tanto no mundo externo quanto no mundo interno, e nem todas boas. A verdade é que agora, à beira da virada, eu tenho a sensação de que esse foi um ano muito, muito rico. Como quase sempre na vida, aprendemos nos momentos de crise. E não faltou crise para nos ensinar esse ano, não?

Aconteceu comigo e com um monte de gente querida. Tive a sensação de que o ano passava e ia levando tudo. Empregos, dinheiro, carro, viagens, possibilidades, sonhos, compromissos, amigos. Cai governo, cai medida, cai acordo, cai promessa. Muitas quedas. Obviamente elas nos enfraquecem.
Cair dói. Perder, idem. Esse foi um ano de queda e de perdas pra muita gente. Mas olha que bacana: quando tudo nos é tirado, resta e fica o essencial. E, no caos, só temos uma saída: recomeçar.

Penso que 2017, porque a fé 2016 não me tirou, será um ano de muito, muito potencial pra muita gente. Sobretudo quem, como eu, começou a se questionar: ok, e o que eu posso fazer para mudar isso?

Porque sim, tem coisa que a gente não pode mudar, mesmo. Mas a maioria a gente pode, sim. Somos criativos, temos a pulsão de viver, de sobreviver. Conseguimos achar saídas, temos instinto, gana e pulso. Coragem!

Eu encarei uma maratona. Queimei os barcos, escrevi um livro, construí um lar, uma carreira autônoma, uma vida muito nova num tempo muito novo.
Tive bons momentos? Sim, muitos. Mas muitas vezes, muitas mesmas, eu me vi completamente perdida e desorganizada, sem saber direito se as escolhas que fiz foram boas ou adequadas à situação política-econômica-espiritual-moral que estamos todos atravessando.

Fui abrindo mão de muitas coisas, à medida que o ano passou, para tentar chegar ao fim mais leve. E seguir pagando as contas, fazendo planos, tendo alguma perspectiva de melhora. Vendi meu carro, tive que dizer muitos “nãos”, passei quase todos os finais de semana em casa, para economizar. Desisti do sonho de casar, do jeito tradicional, porque não tinha grana ou sentido fazer isso agora. Fui perdendo a inspiração à medida que o tempo passava. As coisas foram murchando, e eu murchei um pouco com elas.

Daí cheguei ao ponto que me levou a escrever esse texto.

O que eu posso fazer para mudar? De onde partir, como melhorar o que está ao meu alcance?

Primeiro, a lição mais preciosa de todas: impossível se manter agarrado a ideias fixas. Convicções são ótimas, mas só se não te aprisionam. Eu acreditei com muita força que jamais seria feliz de outro modo que não vivendo uma jornada independente, mas me dei conta de que sou infinitamente melhor ao lado de gente, trabalhando em equipe. Não importa onde esteja: eu posso fazer a diferença e cumprir minha missão em QUALQUER LUGAR.

Sim, voltar ao mundo corporativo passou a ser uma possibilidade novamente. Porque eu estava diferente, porque o meu jeito de olhar para ele estava diferente, porque eu tinha a certeza de que poderia ser melhor agora. Estamos todos, inclusive as organizações, se reinventando no meio dessa crise.

Além do mais, eu cresci e aprendi tanto. Minha mente, minha alma, meu leque se expandiu. Meu jeito de olhar para as coisas mudou. Ademais, sinto falta de muitas coisas, dentre elas essa que sempre foi a matéria prima do meu grande amor, a escrita: pessoas. Conviver com elas. Enfrentar o dia a dia ao lado delas.

Então a primeira grande lição veio: humildade. Precisava me desapegar das convicções escritas, publicadas, alardeadas tanto tempo. Isso me inquietou muitas vezes. Como “desdizer” o que está dito? Escrevi um livro sobre queimar os barcos e estou pensando em voltar ao mar?
Acontece que fiquei muito tempo presa à ilha, quando na verdade a minha natureza pede que eu navegue. E não há mal algum em mudar de ideia, de opinião, de rumo, quando você contraria a sua natureza.

Aprendo que em todos os mundos, inclusive nesse super bacana do autoconhecimento, há muito ego envolvido. Muita gente trabalha em função do ego, e não do amor.

Então entendi que a batalha, aqui, é aprender a lidar com as armadilhas do ego, e que isso pode acontecer tanto se você for um super executivo de multinacional ou um dono de um retiro de meditação.

A verdade é que conheci muitas pessoas, nesse universo do Coaching mesmo, que por trás de uma aparência de solidariedade, sabedoria e amor escondem um ego maior que o mundo, e no fundo não estão bem com elas mesmas – mas precisam se manter firmes na promessa de ajudar o outro a ser melhor com ele, porque é disso que o ego delas se alimenta.

Embora, do mesmo modo, haja gente lindíssima mesmo trabalhando com isso, talvez não seja a minha praia. Ou seja, desde que faça sentido. Não estava fazendo. Não mais. Não pra mim.

Insistir e persistir tem significados muito diferentes. Acho importante persistir, quando algo faz muito sentido pra você: mas insistir não é legal. Não foi no meu caso.

Humildade. Coragem. Flexibilidade. Persistência. Criatividade.

Coloquei tudo isso na mochila e fui atrás de um caminho novo.

Estou atrás dele exatamente agora.

Você pode mudar o caminho quantas vezes quiser. Pode SIM.

Você deve satisfação apenas a você mesmo e à sua consciência, porque só você conhece mesmo a sua jornada, de perto, e sabe os motivos e as razões que te levam escolher este ou aquele caminho.

Meu coração deseja uma vida mais tranquila, agora.

Um caminho de paz para poder me dedicar, efetivamente, à construção da minha nova família, fruto do meu amor, que chegou no tempo que tinha que chegar, como tudo é do jeito que precisa ser.

Depois de ler algumas vezes o laudo iridológico da querida Ana, amiga de infância, constato o que sempre soube. Sou esse paradoxo ambulante. Estou sempre em busca de coisas novas, movida pelo SENTIDO delas.

Então começo a me despedir de 2016 com menos tristeza e rancor e muito, muito mais esperança. Muita fé. Muita coragem.
Essa que os recomeços exigem que tenhamos.

A sabedoria de saber quando é a hora de parar de insistir eu acho que já consegui.
A teimosia é uma armadilha do ego que a gente só combate com a humildade e a humanidade necessárias à sobrevivência.

Eu sigo sendo essencialmente amor, movida e impulsionada por tudo que se relaciona ao amor. Isso faz parte do pacote de ser quem eu sou, não importa onde ESTOU.

Onde estou e o que estou fazendo é passageiro.

Quem sou é permanente. A gente vai lapidando e ajustando, com o único propósito de melhorar. Para nós mesmos, para os que amamos, para o mundo.
Não sei onde estarei em 2017, mas tenho certeza de que não estarei no mesmo lugar.

Espero que você também não, se o lugar em que está não te faz feliz.

Meu desejo de ano novo é que você VIVA VOCÊ. Com toda a complexidade e beleza que ser nós mesmos exige.

Assuma-se.

Ame-se.

Ame.

Exatamente do jeito que PRECISA que seja.

A vida, aqui, é circunstância. Passa. Como tudo.
Mas você pode se esforçar, todos os dias, para fazer dela uma experiência realmente interessante. Planeje, comece, arregace as mangas. Vá.
Tenha humildade e sabedoria. Sobretudo coragem. Mas vá.

Aproveite a experiência de estar aqui.

Que o seu coração seja o seu guia e a opinião dos outros não importe mais tanto quanto você precisa que seja.

Renasça.

Somos todos fênix e a capacidade de nos recriar é um dos mais bonitos legados que Deus nos deixou.

Eu posso, você pode!

Vamos lá? Juntos, com o que estiver ao nosso alcance, fazer um ano novo melhor do que esse?
Feliz ano novo. Por todos os anos que você precisar se renovar.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Sonhar é o grande combustível da vida

Não importa qual seja o tamanho do seu sonho: ele vale a pena ser perseguido, vivido, compartilhado. Há um ano eu realizava aquele que para mim era o maior sonho de uma vida: lançar meu livro. Com noite de autógrafos, reunindo meus amigos mais queridos no lugar onde sempre desejei fazer isso.

Hoje, depois de experimentar tantas coisas novas e ter colhido bons frutos dessa experiência, eu me pergunto se teria feito tudo de novo e a resposta é imediata: claro! Certamente o livro de hoje seria outro, o formato do evento idem, as expectativas devidamente reguladas. Mas eu precisava viver AQUELA experiência.

Agora, lembrando daquele dia e relendo meu livro, bem como vendo as imagens e percebendo quanta coisa mudou, minha contribuição sobre viver o seu sonho é a seguinte: o sonho que você está vivendo ou deseja viver é mesmo SEU? Parece uma pergunta tola, mas é profundamente importante que você tenha essa resposta clara. Porque boa parte do tempo estamos perseguindo sonhos que não são genuinamente nossos: são projeções dos outros para nós.

Hoje vivo a possibilidade de realizar um novo sonho e tenho me perguntado com frequência: de quem é esse sonho? Se é meu, como deve ser exatamente? A gente precisa agradar, antes, a nós mesmos! Os sonhos são nossos, exclusivamente nossos! É lindo poder partilhar isso com quem verdadeiramente deseja que sejamos felizes, mas na maior parte das vezes não é o que fazemos. Perseguimos sonhos que não são nossos para buscar a aprovação do outro.

Experimente perguntar quais sonhos você não está perseguindo porque precisa cumprir protocolos que são impostos. Experimente a liberdade de SE fazer feliz, sonhando o que VOCÊ DESEJA. Sem se preocupar tanto com agradar os outros ou se "enquadrar". Sonhos são incríveis - se vividos de forma coerente com a sua verdadeira essência.

Qual sonho é seu e qual é o que os outros projetam para você? Escolha os seus, sempre! E queime seus barcos quantas vezes forem necessárias em busca de uma vida com mais sentido. Vale a pena. Muito. E se um dia você precisar navegar de novo, sempre haverá novos meios de transporte. Barcos queimados não implicam em ruptura definitiva com nada. Descobri que isso não existe e que ser radical demais nos faz tristes.

Que sempre haja novos sonhos para você perseguir! E é lindo poder partilhar a concretização desses sonhos com quem verdadeiramente se ama.

Acredite! Sonhos precisam de fé para se tornar reais. Com fé se pode tudo. Dos sonhos mais simples aos mais improváveis: com fé você alcança.

Boa viagem para nós.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Escolhas, caminhos novos, calibragem

Os últimos meses passaram num susto. De todas as coisas que aconteceram, as mais importantes foram a formalização da minha condição de empresária autônoma, o lançamento do meu novo site (vejam lá: www.rafaelamanzo.com.br e me digam se gostam), com a nova logo, o reconhecimento do Coaching em minha jornada que antes estava focava 100% em comunicação e o nascimento do Davi, além da passagem de mais uma primavera. Agora já não conto a idade pelos anos, mas pela quantidade de coisas que os anos me fazem viver. Sou sortuda. Sempre vivi muito.

Tudo isso me ocupou bastante, não o suficiente para deixar de escrever.

Escrever é a minha casa. É para onde sempre volto depois de passear entre os extremos, ou o êxito ou o fracasso de um projeto. Não estranho mais nenhuma das duas condições. Estou sempre lembrando que todas as coisas passam, e que a única constante é esse meu lar, o da escrita.
Enquanto passeio pelos novos projetos, pelos convites, pelos trabalhos que surgem e pelas pequenas e lindas surpresas e emoções com que lido desde o nascimento do meu sobrinho, escrevo parágrafos, deixo a escrita vir em novos formatos, lido com a inspiração sem temer a forma como ela se manifesta. Simplesmente deixo. Permito. Cedo espaço. E isso tem acontecido da forma como mais gosto: naturalmente, sem muitas regras e planejamento.

Tem funcionado. Para mim e para as pessoas que me cercam.

Criei uma lista VIP e envio esporadicamente pequenos textos, meus e de outros escritores, por escrito ou eu áudio (se quiser fazer parte dessa lista, me manda seu número de telefone por e-mail que te cadastro no whatsapp: contato@rafaelamanzo.com.br)

Também estou escrevendo um novo livro, que por enquanto divulgo apenas pelos áudios da minha lista VIP, chamado “Cartas para Davi”. Comecei a escrever antes dele nascer, e a cada dia algo novo acontece que me inspira para seguir nesse projeto.

Voltei a flertar com o mundo corporativo, dessa vez num formato que cada vez mais me encanta: como consultora. Especialmente em novos projetos, propostas e eventos. (Se souber de algo nesse caminho, conta comigo!)

Ademais, de novo, a vida que se renova todos os dias.

O compromisso que se reitera, o cotidiano que tenta nos engolir – e eu tento enfeitar, porque nada igual por muito tempo me encanta, a mesa farta e as oportunidades todas que sempre surgem de se fazer novas calibragens, ajustes, mudanças e rumo.

Eu não me canso de experimentar. Sobretudo de me experimentar no mundo.

Que graça isso tudo teria se viver fosse só sobreviver e lutar para pagar as contas no final do mês?

Minha vida deixou de ser ordinária e essa escolha tem muitas implicações, nem sempre fáceis de administrar. Mas todos os dias, quando me levanto, lembro das razões que me levaram a mudar o rumo e continuo repetindo que valeu a pena, que tem valido a pena, e certamente valerá para sempre.

Não ando mais nas guias e os roteiros só servem para me orientar durante um tempo.

Sempre vou passar por aqui. Deixarei sempre algum rastro, porque a vida criativa sempre se faz notar de um jeito ou de outro.

Que bom que você me acompanha. Que eu seja de algum modo inspiração para que você ouse mais.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Continuo aqui

Eu continuo aqui. Sou a mesma de antes, mas não sou a mesma mais. Percebe a diferença sutil?

Assumi o paradoxo e resolvi lidar com os meus extremos, aqui nesse caminho do meio, o do centro. Onde a gente se balança a vida toda para se sustentar.

Sim, eu mudei. Mudei muito. Cortei os cabelos bem curtos, retornei à cor natural. Vendi meu carro, ando a pé, economizo mais, penso antes de comprar qualquer coisa. Aprendi a viver com menos, porque de verdade a gente não precisa de tanto. Boa parte das nossas necessidades e vícios são hábitos de consumo que desenvolvemos para preencher outros vazios.

Escolhi investir numa relação a dois, como nunca antes me permiti fazer, e construir diariamente algo que não sei o que será, mas sei que hoje me faz muito feliz.

Escrevo e falo menos coisas que antes, e com muito mais filtros, porque perdi a mania de precisar ser aceita o tempo todo, demandar a aprovação alheia para seguir por qualquer direção. A gente nunca vai agradar todo mundo, mesmo. Mas precisa, antes, se agradar.

Fui me reinventar profissionalmente, porque ser jornalista não me pareceu mais uma alternativa viável e no fundo, todo mundo sabe, eu sempre quis mesmo escrever. Ponto. Simples assim.

Escrever e aconselhar pessoas, com embasamento técnico de uma nova formação, tornou-se meu único e verdadeiro compromisso, que contém nele todos os outros, inclusive o de deixar um legado para o mundo, quando eu não estiver mais aqui. Quero mesmo é viver para contar histórias, as boas, daquelas que inspiram a gente a fazer as grandes revoluções nas nossas histórias pessoais, como eu fiz com a minha vida.

A gente precisa plantar boas sementes e guardar no coração a certeza de que os nossos filhos e netos e gerações vindouras colherão os frutos. Desprender-se de usufruir de tudo agora é uma ação que nos torna livres para fazer o que podemos no tempo onde estamos com os recursos que nos são oferecidos.

A diferença entre viver uma vida ordinária e uma vida extraordinária sempre me inquietou, e eu sigo em busca da segunda como única opção possível da minha existência, enquanto ser criativo, pulsante e pensante.

Só que hoje eu tenho mais foco e pés no chão. Escolho melhor as batalhas onde vou me meter.

Já entendi, também, que muitas vezes perder é melhor que ganhar.

Descobri que o único recurso não renovável, negociável e disponível em pouca quantidade que temos é o tempo, e toda a energia que escolhemos gastar nos tira isso – e tempo investido é tudo que realmente não conseguimos tomar de volta.

Cansei dos gastos de energia desnecessários. Cansei de tentar buscar recursos onde antes nunca tive, mesmo, nada.

Parei de me contentar com pouco faz tempo, e o mínimo que quero hoje é viver em paz. Qualquer pessoa ou situação que tentem me roubar isso serão extintos, colocados de lado, reprogramados em mim.

Cozinho cada vez mais e melhor, cuido da minha casa, cuido dos meus cachorros e tento desempenhar cada vez melhor todos os papéis que me cabem. Todos eles eu ocupo por prazer, nenhum por obrigação. Evito julgar o outro e busco olhar com compaixão para todos os seres, em todos os caminhos, quaisquer que sejam as escolhas que eles fazem. Ainda é um processo diário de aprendizado, mas na maior parte das vezes consigo.

Gosto de ficar em casa e me desloco quando do outro lado há algo ou alguém que valem muito a pena encontrar. Recebo na minha casa muito poucos, sempre escolhidos a dedo. Sim, eu me tornei mais introspectiva que antes mesmo. Aprendi muito sobre com quem se pode contar quando só se tem amor a oferecer. Parei de presentear todo mundo. Meu melhor presente aos que amo é meu tempo e ponto.

Estou produzindo coisas bacanas para anunciar em breve e tentando me desviar das distrações do caminho, que são muitas.

Mantenho minha vida sob controle. Entendi que, a despeito de eu não ter controle de nada, minhas escolhas são meu único poder. Eu busco fazer as melhores que posso, o tempo todo.

Descobri na intuição uma poderosa aliada e na oração uma tremenda fonte de força.

Eu me sustento numa fé que sempre esteve à minha disposição. Tudo que há na vida está sempre a uma esticada de mão de nos ser entregue. A gente só precisa acreditar que merece. A fé vem da certeza de que a gente merece ser protegido, se sentir seguro e amado. Eu mereço. Você merece.

Sigo lendo muito. Observo mais. Contemplo o silêncio como nunca. Ouço bons conselhos. Descarto os excessos.

Tenho os livros como parceiros de vida e seus autores são meus mestres. Tenho orientado minha vida na direção de aprender para ter propriedade de ensinar.

Sim, eu mudei muito; mas eu continuo aqui.

O que eu queria mesmo, com esse texto, é te lembrar que eu não me esqueci.

Sou eu mesma, sem o excesso de drama, com mais foco e paz, menos perfumaria e tralha.

Só e tudo isso.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Afinando o instrumento

Amigos navegantes, saudações.

Sabe o outro lado da ilha, que parecia distante?

Daqui já dá para ver até o verde da vegetação.

Do outro lado há uma terra incrível e abundante à minha espera e eu sinto que, quando pisar nela, toda a travessia terá valido mesmo a pena.

Decidi curtir um pouco mais o final dessa viagem, de porte do silencio que cada vez mais tenho usado como ferramenta em minha vida (pessoal e profissional).

Esta é uma fase de foco, definições, construção de planos e identificação de trilhas que farei quando desembarcar.

Por isso quero viver os próximos dois meses, aproximadamente, mais quietinha. Observando todo o trajeto e contemplando o que já está ficando pra trás, empacotado como história que um dia poderei contar, dividir, multiplicar.

Sinto e sei que tudo que tenho aprendido servirá, sempre, como inspiração para ajudar a diminuir a curva de aprendizado de alguém que, como eu, já se desesperou muitas vezes em noites traiçoeiras e tempestivas.

É isso. Estou me apropriando do meu novo projeto, da minha nova história, do meu novo rumo, com cuidado e carinho, atenção e muuuuita paciência.
Num ano de número 7, de introspecção e reserva, até que dividi coisas demais, não é?

Gratidão por você, quem quer que você seja, acompanhar minha jornada. (SINTO MUITO, POR FAVOR ME PERDOE, OBRIGADA, EU TE AMO!)

Eu espero que, quando eu desembarcar, você desça comigo e encontre dentro de si todos os instrumentos e recursos de que precisa para empreender sua própria travessia.

Queime seus barcos, lance-se à maré, descubra os mistérios da jornada e se reinvente.

Como eu fiz, como estou fazendo, como farei sempre.

Coragem e ousadia são meu lema.

O amor e a fé meu alicerce e escudo.

Tudo vai dar certo no final. Tudo sempre dá certo no final. Eu sinto. Eu sei. Estou chegando e dou notícias, em breve, do mundo de lá.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Travessia

Há situações na vida que não podem se descritas ou narradas. Precisam ser vividas, em toda sua profundidade e inteireza, e apenas quando a gente entende para que servem podem ser partilhadas.

É isso que tem acontecido comigo.

Estou vivendo uma travessia, longa e importante, que certamente há de se tonar conto, livro, palestra (sei lá), mas que eu precisava viver NA PELE. Com a alma, toda emoção, e por isso estar inteira lá me faz ficar um tanto ausente aqui. São espaços diferentes. Um real; outro virtual.
No fundo, todos são a mesma coisa.

Há poucos meses iniciei minha jornada no universo do estudo da mente (e do homem, e da alma), e cada dia que passa tenho mais certeza de que saber o que sei hoje me torna profundamente diferente.

O modo como observo o mundo é mais amplo, mais vívido, como se as cores realmente tivessem um novo significado.

Eu me dei conta de cada coisa na minha vida. Cada emoção, cada reação, cada registro em minha memória, cada programação, cada mecanismo. Entender esse “roteiro” me faz, ainda agora, permanecer perplexa diante das possibilidades que tenho de mudança. Não só sobre a minha vida, mas ajudando outras pessoas em suas travessias.

A minha, agora, é num clima deserto, mas ainda há água entre as montanhas de terra seca e eu percebo, em cada passo, a presença de Deus.

Cuidando de absolutamente tudo de que preciso. Quando fecho os olhos, está lá a comida, a bebida, o abraço ou a palavra que preciso. Preciso de muito menos do que achava que precisava. Cada vez menos.

Abri mão de toda a minha natural necessidade de controle porque percebi (olha o paradoxo incrível!) que, apesar de ser responsável por tudo que me acontece, eu não tenho o controle de absolutamente nada que acontece. Você não precisa entender. Eu não entenderia isso uns anos atrás.

Queria vir aqui pra contar pra você, que de algum modo me acompanha (porque eu te inspiro, ou porque te causo qualquer sentimento, e se você reage à minha existência estamos conectados), que estou absolutamente confiante no fluxo da vida.

São águas calmas onde navego? Longe disso.

Por outro lado, tenho uma nau muito mais forte. Aquele navio quebra gelo que meu pai escreveu um dia que eu seria. Corajosa e atrevida, eu permaneço acreditando que tudo dará certo no final. Que tudo já deu certo.

Mudei profundamente minha maneira de olhar para as coisas, para as pessoas, para os fatos (em contraponto ao sofrimento que geramos sobre os fatos) e estou diuturnamente buscando uma conexão maior com essa força que nos atravessa, ultrapassa e sustenta.

Ela é a fonte inesgotável de todo amor, de toda a verdade, de todos os recursos e tesouros e segredos que precisamos saber.

Confio nela cada dia mais, porque pequenos milagres vão acontecendo o tempo todo, a despeito das tempestades de vento que por vezes me cegam a visão.

Eu não perco o foco no lado de lá, mas já não deixo de observar a viagem.

Abro os olhos. Enxergo tudo.

A sombra e a luz.

O caos e a ordem.

A paz e a guerra.

O dia e a noite.

Tudo, que é a mesma coisa, que me contém e onde estou contida.

Atravesso.

Para onde? Não tenho a menor ideia. Mas enxergo, mais que nunca, a beleza em todas as travessias.

Permaneço conectada com você, em pensamento e oração, para que você observe todas as suas travessias com atenção. Todas elas tem o propósito legítimo e impressionante de transformar você. Sempre, sempre, sempre, para melhor.

Creia nisso. :)

quinta-feira, 10 de março de 2016

Oração de gratidão

Agradeço ao Universo por ter me permitido chegar até aqui, neste ponto da minha caminhada, e trazer na alma a certeza de que estou no caminho certo, orientada pelo propósito de vida que me antecede e me ultrapassa.

Agradeço por ser fonte dessa sabedoria infinita que me contém e está contida em cada um de nós, da mesma forma. Eu chamo ela de Deus, você pode chamar do que quiser. Tudo é a mesma coisa.

Agradeço o arrepio que meu corpo sente, inteiro, quando escrevo algo que é coerente com o que penso, vivo e pratico.

Agradeço por ser instrumento, ferramenta e canal

Agradeço todos os que me antecederam, minha origem, meus pais e os pais deles, e os pais deles, e os pais de seus pais. Agradeço e honro toda a caminhada que estes seres percorreram, e que culminou na minha existência.

Agradeço e bendigo o dia em que fui gerada, no ventre de minha mãe. Fruto do amor de dois jovens que acreditavam no amor, eu nasci inspirada por (e para) o amor.

Agradeço os dons e talentos por Deus a mim concedidos. Todos os dias peço que Ele me oriente a fazer bom uso deles.

Agradeço todas as pessoas que cruzaram o meu caminho e deixaram em mim um pedaço delas. Um cheiro, um toque, um livro, uma palavra, um abraço ou pedaços de suas próprias vidas.

Agradeço àquelas que despertaram as sombras e mim, e permitiram que eu olhasse para a escuridão com respeito, ultrapassando os meus próprios limites com o único objetivo de ser melhor.

Agradeço cada uma das pessoas que acreditaram em mim, e torceram genuinamente pela minha felicidade, secreta ou claramente. Agradeço também àquelas que não acreditaram, que provocaram a minha vontade de me superar.

Agradeço ao sol que ilumina os meus dias e as nuvens que me lembram da importância dele permanecer lá, mesmo que eu não o veja.

Agradeço o ar que respiro e a oferta de todas as coisas da natureza que me nutrem e alimentam.

Agradeço todos os recursos do planeta onde vivo. Agradeço por poder ver, sentir, tocar tanta beleza e lembrar que essencialmente somos tecidos das mesmas células; em nossa origem estão os mesmos átomos.

Agradeço as palavras, sobretudo ao silêncio que muitas vezes diz mais que todas elas.

Agradeço todo o aprendizado contínuo, a certeza de que serei sempre aprendiz nessa grande, incrível e genial escola da vida.

Agradeço pelo espírito essencialmente livre e a alma ávida por pertencer a todos os espaços, trazendo em seu âmago uma vontade genuína de beneficiar o máximo de vidas que ela puder.

Agradeço todos os meus resgates. Não foram poucos. Agradeço por cada queda e por cada vez que me foi dada a chance de levantar.

Agradeço por nunca ter sido esquecida, mesmo nos momentos mais improváveis, mais solitários e confusos. Agradeço demais por eles, porque só em conexão com as minhas dores eu posso compreender melhor, hoje, as dores do outro.

Agradeço minhas histórias, todas elas, as tristes e as alegres, as engraçadas e as mais toscas e improváveis – agradeço por ter permanecido, dentro de cada uma delas, essencialmente eu.

Agradeço por nunca ter desistido de mim.

Agradeço pelo mar que me apazigua e acalma, pela água que me mostra quão simples são os ciclos da vida.

Agradeço o dia e a noite, o caos e a ordem, os extremos que me fazem escolher a paz do caminho do meio.

Agradeço por pertencer a esse lugar, neste tempo, e viver num terreno tão fértil, com tantas possibilidades de transformação.

Agradeço por cada ser humano que habita nesse planeta, por observar os aspectos da natureza do outro que eu reconheço em mim, por me ser dada todos os dias a oportunidade de escolher onde desejo ir, com quem eu quero estar.

Agradeço pelas experiências do corpo, da mente e da alma.

Agradeço pela certeza da imensidão de todo o espaço que nos cerca (e todo o universo que nos habita).

Agradeço cada um dos dias dos trinta e quatro anos que vivi e cada um dos outros que eu sei que virão.

Agradeço, sobretudo, o PRESENTE de estar aqui, agora.

Contida, contendo tudo que preciso.

Abrigada, segura, protegida.

Imensa, pequena, atuando no mundo processual com toda a intuição da mente sábia que às vezes grita.

Dentro, fora – em toda parte, é tudo o mesmo lugar.

Agradeço pela permissão que me foi concedida de ampliar a minha mentalidade e enxergar as pessoas além dos rótulos.

Agradeço tudo que me foi concedido para usar enquanto estou aqui – e por saber hoje que tudo passa, e não precisar possuir ou me apegar a nada, me libertar da necessidade de ter coisas.

Agradeço pela minha saúde, pela meu lar, pela minha família.

Pelos meus olhos que veem, pelas minhas pernas que andam.

Pela minha mente que atua, pela comida na minha mesa, pela generosidade com que o Universo me oferece o que possui – e o que preciso.

Agradeço, simplesmente, por estar viva.

Cada vez mais.

Viva.

Gratidão. Gratidão. Gratidão.

quarta-feira, 2 de março de 2016

De volta à sala de aula (o caminho que o meu sonho apontava)

Estou num “entre-caminhos” delicioso. Acabei de concluir o módulo 2 da formação em Coaching e Mentoring Holo-Sistêmico e parto, neste final de semana já, para o terceiro e último módulo, o avançado. Aconteceu assim, como a maior parte das coisas na minha vida acontecem: pisquei e estava lá.

A velocidade dos acontecimentos na vida da gente é muito determinada pelo alinhamento que essa experiência tem com a nossa verdade pessoal. Já falei disso aqui antes, como no meu livro. Algo prazeroso, que nos faz felizes, tende a passar muito rápido. Do mesmo modo, as experiências ruins parecem se arrastar. Hoje eu sei que essa “velocidade” é apenas uma questão de perspectiva, de ponto de vista. Fato é que tenho a sensação que tudo está acontecendo muito depressa e hoje sei que, como as coisas boas, as ruins também vão passar.

Tenho muito aprendizado para dividir com vocês sobre esse novo caminho, mas hoje apenas um “insight” vem à tona: a direção sempre é apontada pela nossa mente sábia, inconsciente e perfeita, mesmo que não estejamos em busca de mudanças ou respostas.

Essa mente sábia (ainda vou falar muito dela) já sabe o que você precisa saber. Ela é aquela que pergunta o que a vida quer de você, e não o que você quer dela; é o self 2, que determina quem está mesmo no controle de tudo. Quase nunca somos nós, de forma consciente. Toda a condução do que viemos fazer aqui está nela – que sabe de onde viemos e para onde vamos voltar. Considerando que a vida é um ciclo (que contém todos os outros ciclos), a mente sábia nos lembra que estamos aqui só de passagem. No entanto, enquanto aqui estamos, precisamos ser o melhor que pudermos.

Beneficiar os outros potencializa a nossa força e isso aprendemos com o tempo.

Esse caminho, que nos leva ao “melhor de nós” enquanto estamos aqui, muitas vezes chega através de um canal que estranhamente eu sempre acessei muito facilmente e muitas vezes confundindo ele com minha própria realidade: os sonhos. Ainda tenho muito que aprender nesse sentido, mas o que já aprendi é que sonhos “insistentes”, situações que se repetem nesse ambiente onírico, precisam de toda a nossa atenção.

Sempre tive um sonho incômodo, que se repete há mais de uma década: eu NUNCA estava confortável em nenhuma sala de aula. Quase sempre era uma sala da faculdade de Jornalismo, onde me sentia confusa e deslocada. Nestes sonhos/pesadelos eu chegava atrasada, faltava às aulas, não me conectava com a metodologia e, por fim, nunca conseguia pegar o meu diploma. Isso me levou, muito tempo, através de um canal que não dava muita atenção, a nunca me sentir efetivamente formada, graduada, diplomada (como fui e sou, em Comunicação Social). Era como se não estivesse pronta ou apta a exercer minha profissão, por mais que a experiência profissional revelasse a apontasse minhas competências nessa área.

Na sala de aula “convencional”, dos meus sonhos, eu me sentia um ET. Acordava sempre mal, com o sentimento de ser uma fraude. Nunca me senti confortável para ganhar bem ou mais trabalhando com o jornalismo. Ainda quando morava em Salvador, na terapia, revelei à minha psicóloga esses sonhos e o incômodo que eles me traziam. Até que ela me fez enxergar que, de proposito, eu não tinha ido mesmo buscar meu diploma na faculdade, e foi parte do processo ir até a Univerdade Federal da Bahia buscar o tal documento. Achávamos que, isso feito, a questão estava resolvida. Diploma na mão, canal do merecimento trabalhado, os sonhos desapareceriam, certo?

Não. Eles permaneceram. Por muitos e muitos anos.

Até uns 20 dias atrás, quando essa nova “formação” surgiu e todos os caminhos se escancararam para que eu ocupasse novamente o lugar de aluna na sala de aula gigantesca que é a vida.

Fui atrás das escolas, devidamente inspirada por duas amigas queridas que já estavam me orientando nessa direção.

A escola que veio até mim foi a escola certa, como o mestre que encontra o aluno quando ele está pronto. No meu caso a “escola” que veio foi o Instituto Holos.

Primeiro a formação à distância, depois o segundo módulo, Master, presencial; e neste final de semana o módulo Advanced. Presentes, literalmente, que o Universo lançou no meu caminho e eu, grata que sou a ele, não iria recusar.

Não tenho a menor ideia do que vai acontecer com a minha vida depois deste próximo final de semana, mas de uma coisa hoje tenho certeza: esse tinha que ser o meu novo caminho!

O primeiro sinal disso foram os sonhos, que desapareceram, bem como toda a minha insegurança e sensação de “não pertencimento”. Talvez eu devesse ter prestado atenção nessa dica que vinha nos sonhos há mais tempo; porém se não tivesse passado por tudo que passei talvez não fosse hoje dona de tanto aprendizado prático adquirido.

Sei que, com o Coaching e o Mentoring, posso ajudar muita gente com o que aprendi.

O segundo sinal foram as dores de cabeça e sintomas físicos diversos que, milagrosamente, também “desapareceram” nestes últimos dias de formação “intensiva”.

E olha que a demanda (física, de tempo mesmo) é imensa.

Acontece que agora, talvez por estar na direção certa, essa demanda não gera cansaço mental e perda energética. Pelo contrário. A cada passo dado me sinto mais nutrida e preparada, pronta para encarar as “missões” que, certamente, virão.

Eu precisava ser o que já era e eu era mais do que sinalizava o meu diploma.

E isso tinha a ver com desenvolvimento humano, com ajudar as pessoas, além da comunicação.

A comunicação simples, ainda que eu a tenha aprendido e praticado de forma integrada, sempre me causaria aquela velha inquietação. A formação não bastava. Eu precisava de outra sala de aula.

Nesta, nova, os títulos e documentos dizem pouco.

O que importa, efetivamente, é trazer à consciência o que já praticava, intuitivamente.

Todos nós já temos, dentro da gente, tudo de que precisamos. Todo o conhecimento, todas as ferramentas, todas as técnicas. A gente só demanda uma “escola” para nos lembrar do que precisamos lançar mão para atuar neste instante, o presente, aqui-agora. Eu encontrei a minha.

E desejo, de todo o meu coração e do fundo da minha alma, que você encontre a sua aí do outro lado.

Pode ser que a sua vida necessite de uma revisão imensa, intensa, e te conecte com uma mudança brusca de direção, além do que a sua "formação" convencional te orientou a fazer.

Essa escola, onde você vai aprender simplesmente a ser o que veio ser, pode agora não ter um nome, mas ela existe e está te esperando.

E quando você estiver pronto, acredite, ela vai encontrar você também.

:)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O que aprendi sobre o dinheiro no meio da “crise”

Quis a vida que hoje eu tivesse tempo (esse sim um tesouro!) para observar, das dores do mundo, as que andam afligindo EFETIVAMENTE boa parte das pessoas que conheço.

As que vivem no Brasil, pelo menos, e tem contas a pagar no final do mês (e não contam com o suporte de uma família abastada ou uma grana guardada para passar pela crise sem muitas mudanças) estão tendo que rebolar. Seja para preservar seus empregos, suas fontes de renda ou inventar outras, novas, porque “queimaram os barcos” por elas.

Eu não vou te dar dicas para ficar milionário em cinco passos porque a cada dia que passa estou mais convencida que nunca vou conseguir ganhar muito dinheiro se o preço a pagar por isso for explorar a boa fé das pessoas. Deste modo, só posso mesmo te dar dicas práticas sobre dois aspectos básicos em torno da dor da vez, de todos nós (ou pelo menos a maior parte de nós) atualmente.

Uma fala sobre modelo mental e outra sobre como buscar alternativas e promover ajustes no orçamento.

Prometo que vão ser dicas eficientes. Estou testando em minha própria vida e, garanto, se funcionam comigo podem funcionar com qualquer pessoa.

Primeiro sobre modelo mental.

A primeira informação que tenho registrada muito forte em minha memória sobre dinheiro, em minha vida, foi de um episódio que vivi na minha infância. Eu e minha irmã morávamos no interior da Bahia, na época, e estávamos brigando por causa de dinheiro. Uma merreca, provavelmente, para comprar bala. Nossa situação financeira, se você já leu meu livro já sabe, não era nada boa. Ainda assim, o que vem em minha mente toda vez que lembro dessa época, é o quanto meu falecido pai era desprendido com relação a dinheiro.

Prova disso foi esse episódio, marcante. Vendo-nos brigar meu pai foi no quarto, pegou a carteira com todo o salário que ele tinha recebido do mês inteiro, foi até a varanda do velho sobrado e JOGOU TUDO PELO AR. TODO O SALÁRIO DE UM MÊS INTEIRO. Quase morri. Ele disse que aquilo era papel, não tinha nenhuma importância, e duas irmãs jamais poderiam brigar por causa dele. Todo o pessoal, lá em baixo, saiu correndo catando os “pedaços de papel” que meu pai jogou pela janela...

Dinheiro, para o meu pai, era insignificante. Minha mente mestra absorveu esse modelo como verdade e, quando tive a oportunidade de ganhar mais dinheiro na vida, sendo reconhecida pelo meu trabalho, gastava esse dinheiro exatamente como meu pai o jogou da janela naquele dia: é papel, feito pra gastar! Pode levar, vento!

Demorou para eu me libertar desse padrão e aprender que dinheiro era, sim, algo importante, e eu o merecia – ter e guardar. Só não podia ficar refém dele, sempre procurei deixar claro quem manda em quem nessa relação. Achava que finalmente tinha encontrado o caminho do meio e estava pronta para abundância.

Não estava.

Ainda faltava fazer mais ajustes, entender o significado dessas crenças limitadoras instaladas em mim, ajustar meu canal do merecimento através do processo de Coaching e muita terapia.

Até chegar aqui. De onde te escrevo agora.

Agora vou falar sobre buscar alternativas e promover ajustes no orçamento.

Controlando os meus gastos e rebolando muito para sustentar a vida que eu escolhi, autônoma, trabalhando sem chefe e produzindo conteúdo relevante para pessoas, ensinando elas a encontrar também um caminho melhor para suas vidas.

Não ter uma carteira assinada, INSS, FGTS e qualquer dessas siglas que traduzem “segurança” e minha família acha fundamental para caracterizar alguém “que deu certo na vida” exige de mim muitas manobras. Vou te contar algumas delas para ver se você se inspira, respira, se te ajuda de algum modo. Vão numeradas para “compensar” o textão que você leu até aqui, tá?

1) Buscar fontes de renda alternativas.
Se você está sem uma fonte de renda, ou se precisa muito buscar alguma alternativa para não entrar (ou sair) do vermelho, avalie ao redor se há alguma possibilidade de você fazer dinheiro usando o que você tem. Suas habilidades, por exemplo. O fato de eu escrever e gostar disso me torna apta a buscar oportunidades de produzir conteúdo para terceiros, por exemplo, enquanto não entram os clientes pagantes de consultoria que preciso. O que você gosta de fazer? Doces, salgados, artesanato, bolo, resenha de filme? Tudo isso pode ser oferecido (e remunerado). Você precisa entrar em contato com suas habilidades e entender quais delas podem ser apreciadas (compradas, consumidas) por alguém. Acredite nelas. Essa dica é fundamental.

2) O que você tem em casa de que pode se desfazer.
Quando mudei de vida e endereço eu acabei doando boa parte das coisas materiais que tinha. Bolsas, roupas, sapatos, acessórios, moveis, equipamentos. Hoje faria tudo isso de outra forma. Venderia as coisas com mais valor. Faria bazar, usaria OLX, chamaria as amigas para um feirão em minha casa. Isso me renderia uma grana extra e de quebra faria mais feliz outras pessoas (que comprariam por um custo menor algo seminovo que você nem usou direito - por exemplo aquela esteira que anda parada na sua casa servindo de cabide de roupa).

3)Já experimentou empreender?
Franquias baratas, marketing multinível, redes de negócio. Eu descobri (porque experimentei) que não é a minha praia agora, mas pode ser para você. Pesquise opções de investimento que tenham retorno seguro e aporte inicial baixo. Cheque a reputação e credibilidade dessas marcas/empresas antes. Vá a reuniões, encontre pessoas, mas PESQUISE. Se você tem algo que pode ser vendido, ou uma grande ideia que pode ser executada (e atende a necessidade de um nicho de mercado específico), aposte nela. Essa dica serve para quem ainda tem algum dinheiro sobrando para investir ou está insatisfeito com seu trabalho atual e busca um plano B para ter uma fonte de renda (e alguma paz de espírito). Se esse não é o seu caso, NEM PENSE NISSO AGORA. Vai por mim.

4) Não se venda barato porque você está desesperado.
Essa é outra lição que estou aprendendo na dor. Se você faz algo que é tecnicamente muito bom, e inclusive tem valores de mercado que são respeitados pela maior parte dos profissionais ÉTICOS que a utilizam, SUSTENTE SEUS PREÇOS. Não se venda, como tenho visto muita gente fazendo, gerando uma competição desleal e desvalorizando o seu conhecimento, o investimento que você fez em seus estudos, sua experiência, sua história. Honre a sua bagagem. Eu, atualmente, acho que conseguira gerar renda em paz com minha consciência (e minha profissão, e meus colegas) fabricando e vendendo docinhos (não descarto essa possibilidade!) em detrimento de uma contra proposta de trabalho indecente. Sério, não entre em desespero e não abra mão dos seus princípios apelando para essa tática do leilão de preços por conta da oferta de mão de obra barata. Isso pode parecer uma solução em curto prazo, mas em médio e longo o preço dela pode ser a sua reputação.

5) Pratique e experimente a colaboração.
Existe outra moeda circulando no mundo e eu estou cada vez mais encantada e convencida de que essa é uma alternativa sábia para mim e para muitos que estão ao meu redor: a colaboração. Claro que você não vai sair por aí fazendo coisas de graça para todo mundo, mas experimente oferecer seus serviços em troca de algum outro de alguém que você precisa. Eu, por exemplo, fiz recentemente uma permuta de serviços com uma pessoa e ambas saímos ganhando, muito! Trocamos nossas habilidades, uma ajudando a outra, e o investimento que faríamos (financeiro) foi trocado por trabalho. Minha expertise e a expertise dela foram nossa moeda de toca. E eu nunca saí tão feliz de uma negociação como essa. Neste exato instante aguardo uma resposta de outro processo de “negociação” certamente convencida de outra parceria “ganha x ganha” que advirá desse processo. Experimente e abra a sua cabeça para esse novo modelo de negócios que a “crise” gera.

6) Revise o seu orçamento.
Você realmente precisa de tudo que você compra? A lista das suas despesas não pode ser ajustada? Vou dar uma dica de coisas práticas que fiz/usei para diminuir meu custo de vida que impactaram significativamente no meu orçamento. A busca por mais qualidade de vida, quando saí do mundo corporativo, foi determinante para essas escolhas. Eu vim morar num lugar com custo de vida mais barato, longe do grande centro urbano, e experimentei um modelo de consumo mais consciente. A própria mudança (sair da espiral de estresse que o mundo corporativo me proporcionava) fez com que eu diminuísse muito meus gastos gerais e comprasse menos, já que as compras são um meio de nos “compensar” pelo “sacrifício que é trabalhar”. Vou listar as outras coisas que fiz para diminuir meus custos, assim você também revisita os seus:

a) Parei de fazer compras no crédito. Você não imagina como comprar à vista e só contar com o que você efetivamente tem dá uma outra dimensão à sua vida. Fora que os juros de banco são insanos.
b) Comecei a fazer as unhas em casa. No começo é difícil, mas não desista.
c) Cortei o cabelo e voltei a tonalizar com cores mais escuras, o que me faz menos refém do salão.
d) Diminuí o meu plano de celular.
e) Perdi a vergonha de pedir as coisas que posso obter, gratuitamente, às pessoas: medicamento, por exemplo – você sabe que seu médico tem amostras grátis em seu consultório, que os laboratórios oferecem de graça para ele também, certo?
f) Parei de presentear todo mundo e querer agradar as pessoas oferecendo “mimos”.
g) Pagar a conta sozinho? Nem pensar! Eu era rainha disso! Que tal dividir? Você continuará sendo uma mulher/ homem forte se rachar as despesas com o outro, acredite!
h) Migrei meu plano de saúde para um mais barato, regional.
i) Parei de usar tanto o carro (economize com custos de manutenção e gasolina!). Se você não precisa do carro, efetivamente, considere comprar uma bicicleta ou andar a pé.
j) Use a estrutura do seu prédio ou vá caminhar no parque ao invés de gastar com academia.
k) Coma mais em casa. Cozinhe. Aprenda a cozinhar. Além de ser mais saudável, é mais barato.
l) Ah, não saia de casa com fome. Sobretudo NUNCA vá às padarias incríveis que você adora com fome. Não deixe seu estômago (ou seus olhos) falarem mais alto que seu cérebro.
m) Faça compras em atacadões. Mensal. E obedeça às necessidades da lista. Claro, revise sempre essa lista. Na minha tinha mais coisa supérflua que essencial. Tire itens e, de sobra, você ainda emagrece.
n) Verifique os preços antes de comprar. Compare. Pesquise. Cheque marcas e promoções.
o) Faça a faxina na sua casa. Sei que às vezes uma diarista ou mensalista ajuda, muito, mas em tempos de crise pegar no pesado você mesmo pode te ajudar a diminuir despesa e perder caloria. Ninguém melhor para cuidar da sua casa como você, também, né?
p) Parei de ir a todos os eventos, viagens e festa que eram socialmente impensáveis de recusar. Convido meus amigos mais íntimos e familiares para virem à minha casa, ou vou à casa deles. É uma opção inclusive mais segura, em tempos de tanta violência.
q) Recuse tudo que tentam te vender. Eu parei de dizer sim às propostas com caras de imperdíveis, inclusive promoções e descontos especiais. Hoje avalio bem se é preciso, necessário e essencial viver com aquela despesa. Isso inclui assinatura de revistas, cupons de desconto e oferta de passagens aéreas.
r) Exercício do não. Serve para todas as pessoas, especialmente amigos e familiares, para quem você não consegue dizer não se te pedem ajuda. Às vezes você precisa aprender a dizer “não” para quem ama para que possa dizer a si mesmo mais “sim”. Isso pode, inclusive, ajudar mais o outro do que você imagina. Se essas pessoas te amam mesmo, vão entender – e permanecer do seu lado. Acredite. Nesse exercício eu fui pós-graduada.

7) Negocie, negocie e negocie.
Se o seu caso já está crítico e você anda perdendo o sono com uma lista de contas a pagar, negocie o que é fundamental. Cheque os pagamentos essenciais, sobretudo os que envolvem cartões e muitos juros, e priorize eles. Negocie todos os demais. Hoje em dia as empresas estão perdendo tanto com “calotes” que uma proposta de renegociar as dívidas que você tem com elas é bem vista. Peça desconto, simule formas de pagamento que caibam no seu bolso. Em casos extremos considere empréstimos (estude e avalie BEM os juros e bancos) para quitar débitos perigosos, que podem virar bolas de neve intermináveis. Negocie muito, e sempre, sendo o mais honesto possível com todos. Faça com os outros (clientes, amigos, credores) exatamente o que você gostaria que fizessem sempre com você. Eu escolhi ser transparente e isso só me trouxe benefícios práticos em todas as negociações que precisei fazer. Negociar exige humildade. Aliás, tudo isso que listei acima exige. Se você for orgulhoso ou achar que o dinheiro te dá algum poder, sugiro que a revisão seja mais do seu modelo mental que do seu orçamento, efetivamente.

É isso.

Longe de querer dar uma de consultora financeira, apenas quero contribuir com a minha experiência para ajudar pessoas vivendo dramas que envolvem o aspecto financeiro. Tudo de mais precioso que a gente pode querer na vida está longe de se relacionar com dinheiro: tem mais a ver com o legado que você deixa, as mensagens e marcas que imprime na vida das pessoas.

O resto, como o dinheiro, passa.

Mas você não precisa ser negligente com o seu para entender que é, sim, uma energia importante da gente ter, cuidar e, sobretudo em tempos de crise, administrar melhor, certo?

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Apresente-se.

Por todos os lados eu via o convite. Apresente-se.

Foi o que decidi fazer, então. Depois de um dia cheio de mensagens inspiradoras, vendo filmes daqueles que te levam a pensar “o que é que estamos mesmo fazendo aqui nesse mundo?”, desejei simplesmente me apresentar.

É o que todos estamos fazendo nesse tempo de tantas informações, não é mesmo?

Essa semana, assistindo mais uma palestra sobre criatividade, ouvi que as redes sociais não são um canal de interação, de troca – mas crescendo pela simples necessidade que todos temos hoje, mais que nunca, de dizer o que sentimos, pensamos e estamos fazendo. Precisamos nos apresentar.
É isso. Essa vida de tantas informações e expressões nos convida, o tempo inteiro, a dizer quem somos. Não só para que o outro saiba quem somos: sobretudo para que nós mesmos não esqueçamos. Porque, sim, não é fácil manter a coerência num mundo cheio de disputas em torno de ego, vaidade e interesses.

Tenho ouvido tanto que tudo é um jogo, negócio e venda que me assusto.

Daí um texto supostamente escrito por um estrangeiro sobre as falhas em nosso País (mais culturais que políticas, segundo a visão do autor) e um filme que fala do problema dos refugiados (Uma Boa Mentira, recomendo!) me fazem refletir sobre a frase que aparece no final do tal filme e já figura em minha vida há um bom tempo. Provérbio africano, esse povo maltratado e esquecido que nós, em nossos mundos cheios de preocupações
individuais, nem sempre lembramos que existe.

"Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo."

Dentro de mim todos os temas me levam a essa reflexão: individual x coletivo.

Enquanto estou aqui preocupada em produzir conteúdos relevantes para os meus clientes e potenciais clientes, em programar a minha semana de modo que dê conta de tudo que preciso, em atender às expectativas da minha família sobre mim, em fazer minha vida de autônoma funcionar e atingir os tais resultados que preciso, muita gente está aí pela rede (essa mesma que nos abastece de tanto conteúdo que nem damos conta!) procurando formas de driblar o consumismo, o individualismo, os nossos mundos cheios de preocupações cotidianas rasas (mas não menos legítimas por isso, veja bem!), para pensar no MUNDO.

Sim, esse que nos abriga. Que está cheio de problemas com os quais devemos nos preocupar MUITO. Não porque pode nos atingir, mas porque a física quântica tem insistindo em nos sinalizar que somos parte de um mesmo todo e o que afeta uma partícula de vida do outro lado do universo pode me afetar SIM.

Tem a Zika, a Coréia do Norte, os refugiados, os judeus e palestinos, o meio ambiente gritando, as pessoas descobrindo coisas assustadoras, incríveis, tem profetas anunciando o fim do mundo, homens curando pessoas, outros se aproveitando de seus dramas para faturar, gente julgando e sendo julgada, dedos apontados, crises instauradas, corrupção sendo discutida, partidos, política, economia, religião, Olimpíada, tudoaomesmotempoagora.

No meio de tudo isso, quem é você? Quem sou eu?

Pausa. Respiro. Respira aí também e, se tiver tempo, segue lendo.

Sou Rafaela. O título que tenho, o tradicional que todo mundo vê primeiro no currículo, é o de jornalista. Se você já viu meu site também sabe que sou escritora, consultora de comunicação e lancei um livro em novembro, depois de trabalhar 17 anos no mundo corporativo e chegar à conclusão de que ter chefe não é algo pra mim. Ponto? Nem de longe.

O que você não sabe provavelmente são as coisas mais importantes. As coisas realmente preciosas eu aprendi a manter mais reservadas, mas há outras que são tão fundamentais que eu diga sobre mim quanto o fato de eu ser formada em comunicação.

Não sei quanto, por que e se isso vai te interessar, mas é importante (por alguma razão que não entendo racionalmente) que eu escreva isso hoje.

Sou uma pessoa cheia de fé. Uma inabalável, que não tem forma ou nome, mas me sustenta nos dias mais difíceis. Não são poucos. Nunca foram. Mas já foram mais graves e longos. Investir no autoconhecimento está longe de ter sido um atalho, mas foi a melhor decisão que tomei quanto o bicho pegou e entendi que sozinha não conseguiria caminhar. Nem mais rápido, nem mais longe. Simplesmente permaneceria paralisada.
Morro de medo de avião, mas voo – mesmo com medo.

Todo mundo acha que sou uma pessoa super ocupada. Esse realmente foi um rótulo que construí e sustentei por muitos anos. Minha vida era insana. Vivia colada em três celulares e pronta para atender uma ligação de trabalho a qualquer dia, qualquer hora, qualquer momento. Hoje não sou mais ocupada. Tenho tempo. Mas não quero ocupá-lo, mais e nunca mais, com gente que não me acrescenta nem coisas que não façam sentido. Hoje pouca gente e pouca coisa fazem sentido como antes. Essa decisão me tornou uma pessoa com a vida social mais reservada. Eu recebia convites para eventos todos os dias e hoje acho que a maior parte das pessoas desistiu de me convidar para eles. Eu só vou, mesmo, aos lugares onde sinto que posso fazer a diferença – ou que podem fazer a diferença em mim.

Já fui extremamente consumista, porque vivi um passado recheado de escassez, mas mudei todos os meus padrões mentais depois que me vi refém de uma vida de barganha – muito trabalho e dinheiro; pouco tempo e saúde. Não foi fácil fazer esse ajuste.

Tenho três cachorros que amo profundamente e acho que o amor dos bichos é uma das experiências mais incríveis que podemos experimentar nessa vida.

Hoje acredito muito mais na beleza da jornada, do caminho, do que na obstinação pelo final, pelo objetivo.

Já me apaixonei dezenas de vezes. A paixão é fácil, louca, linda.

Não quero me apaixonar mais depois que descobri o que é o amor.

O amor é estranho, mas é algo que se constrói com o tempo. Mais maduro, sábio, difícil. Talvez por isso tenha demorado para chegar em minha vida, para que eu pudesse experimentar. Mas é bom. Dá uma paz, ordena a bagunça. Ou bagunça aquilo que você acreditava ser ordem – e por isso mesmo te torna mais genuinamente humano.

O amor, no final das contas, é a experiência mais incrível que se pode desejar. Porque é a única coisa que faz essa bagunça toda que a gente é fazer sentido. Quando a gente ama se preocupa mais com o outro do que consigo e talvez aqui entre o ponto de flexão de todo esse imenso prólogo.

Amor.

Tudo que você precisa para experimentar o estado coletivo é aprender a amar.

E, sim, o amor é um aprendizado.

Tenho aprendido a amar Deus. E assumir isso, contra tudo que me faz imaginar que pode ser piegas ou fora de moda ter fé. Eu não sou uma pessoa de modismo mesmo. Então agora, aos 34 anos, tenho pedido a Deus para me ensinar a amar. Ele, sobre todas as coisas. Porque antes era eu e tudo que circulava ao meu redor, sustentando os meus medos.

Tem dias que acordo sem a menor noção do rumo que minha vida vai tomar. Daí aprendi que, se meditar nas palavras Dele, ou se prestar verdadeiramente atenção nas mensagens que existem em todas as coisas, eu encontro um caminho. Ou um caminho me encontra.

Neste exato momento eu estou à beira dos 7x 5, aquela fase adulta de nova transição, em que você se dá conta de que não tem filhos ou uma família tradicional, nem um apartamento, e se questiona para que mesmo está (continua) aqui.

Afinal de contas eu já plantei minha árvore e escrevi meu livro.

E esse pensamento tão egoísta se dissipa quanto vejo as raras (mas poderosas) conexões que começam a se dar ao meu redor. Todas elas envolvem colaboração.

Isso é tão novo. Tão estranho. Tão inspirador quanto desconhecido.

Eu vim ao mundo para isso? Espalhar mensagens, provocar (mais) discussões, contar história? Se for, lindo! Sigo por aqui.

Estava há pouco conversando com um amigo sobre os “e se’s” da vida da gente.

E se eu tivesse tomado outro caminho? E se eu tivesse tentado? Se tivesse permanecido? Se fosse de outro jeito, que não esse?

Não sei. Nunca saberemos. Vai saber.

Por ora o que tenho aprendido é que precisamos ser o melhor que podemos para os que estão (e permanecem, ou passam) a nossa volta.
Isso inclui nossa família, mas também os desconhecidos.

Tudo é a mesma coisa. Todos pertencemos à mesma rede.

Talvez quando a nossa compreensão sobre essa única (e poderosa) verdade acontecer, já não tenhamos mesmo mais nada o que fazer aqui.

Porque aqui, agora, só esse instante. Você, presente.

Isso requer coragem, mas eu insisto e convido você a fazer o mesmo, no(s) mundo(s) por onde você transita:

APRESENTE-SE.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O ano que começa depois do Carnaval

O ano novo, dizem, começa mesmo amanhã. Depois do meio dia da Quarta-Feira de Cinzas, quando a Folia de Momo acaba e o mundo volta os olhos para o ano letivo.

Para mim o ano novo começou bem antes dele mesmo, de fato, começar; mas como eu não sou uma ilha, vamos lá recomeçar com o mundo.

Hoje eu só queria deixar uma dica para você que, como eu, às vezes vive ansioso com o futuro e suas possibilidades e, diante de um cenário de incerteza, paralisa.

Mexa-se. Não importa como você se sente, saia de onde está.

Eu sei que não é fácil acreditar e que quem está de fora olha as coisas com mais otimismo, mas eu também li e escutei coisas de gente que, como eu, está aqui agora te lembrando que tudo tem seu tempo de florescer. Suas ideias, seus projetos, suas mudanças. As coisas vão caminhar, mas você precisa dar o primeiro passo e, principalmente, CONFIAR NO TEMPO.

Li há pouco um texto sobre a samambaia e o bambu. Ambos são vegetais que podem receber do universo os mesmos estímulos naturais (calor, chuva, vento, terreno) mas tem, cada um, seu tempo de florescer.

A samambaia ganha vida mais rápido, se mostra mais facilmente, porque é da natureza dela ser assim. O bambu, ao contrário, demanda mais tempo para apontar vida. Precisa alcançar as profundezas com suas raízes, construir uma base sólida, para só então se lançar ao mundo visto por cima da terra.

Nenhum dos dois está “parado”. Acontece que, no caso do bambu, o movimento interno é mais demorado.

Com você pode ser assim. Dentro as coisas podem estar ainda em processamento. Mas elas precisam estar em movimento.
Entregue luz, água, persista.

Tanto com a samambaia quanto com o bambu a lei é a mesma que rege a vida de todos nós, só que cada espécie tem a sua própria necessidade interna de germinar, viver, crescer, dar frutos e partir.

Tudo obedece a um ciclo perfeito e é espantoso quando você começa a deixar o controle de lado e apenas segue o fluxo, regando suas plantas e raízes cuidadosa e diariamente.

Quando as coisas parecerem não “vingar”, espere mais um pouco. Siga regando, apostando energia, intuindo que a força interna daquele ser vai brotar.

Você lembra quanto o bambu é forte e resistente, depois que cresce?

Pois então. À vezes você só precisa, como o bambu, de um tempo maior para trabalhar melhor as suas raízes também.

Feliz ano novo, de novo!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Alerta de tema MUITO polêmico: Comunicação online. Marketing digital. Fórmula de lançamento.

Se você nunca ouviu falar de nenhum desses termos, pode apostar, já caiu em alguma armadilha.

Feliz ou infelizmente eu faço parte de um grupo pequeníssimo, dos que avaliam o conteúdo, o que está por trás do que está sendo dito, antes de CLICAR E COMPRAR JÁ ESSA OPORTUNIDADE ÚNICA, ÍMPAR, QUE VAI MUDAR A SUA VIDA PARA SEMPRE.

Sim, é essa a abordagem dos e-mails que tenho recebido. E-mails, por sinal, intermináveis e constantes.
Depois que resolvi arriscar nessa seara do aconselhamento em comunicação, eu precisava me aprofundar, entender melhor a dinâmica do mundo digital, investigar tendências. Há alguns meses, para minha sorte ou azar, comecei a me relacionar com umas duas dúzias de pessoas que estão usando sem filtro, sem freio e sem qualquer bom senso as tais “regras para vender no mundo digital”.

Uma palavra resume todo o meu sentimento sobre esse tema, hoje: medo.

Eu discorreria longamente em uma crônica sem fim a respeito disso, mas hoje quero usar o mesmo recurso (sete dicas, oito passos, nove regras para ficar milionário em três segundos por apenas R$ 1,99!! Só agora, só para você, só porque você é muito especial pra mim!) para dar algumas dicas aos amigos mais queridos ou profissionais que ainda não “engoliram”, como eu, essas técnicas. Ou pessoas também inocentes (como já fui muitas vezes) que caem nas “armadilhas” que podem levar a grandes e irreversíveis furadas.

1) PAREM DE FALAR COMIGO NO IMPERATIVO! Eu já não gosto muito da ideia de seguir ordem dos outros, ainda mais num tom agressivo e vinda de alguém que sequer me conhece. Simplesmente pare de achar que tem comigo alguma intimidade. Eu sei que você não me quer bem e eu não sou especial porque estou lendo seu e-mail.

2) NÃO, O MUNDO NÃO VAI ACABAR SE EU NÃO CLICAR NO LINK AGORA. E chega de tentar me convencer disso, porque você só piora as coisas. Eu preciso olhar o meu orçamento, fazer planos, programar minhas contas. Porque, se eu não ficar milionário em oito passos como você me promete nos e-mails, preciso ter alguma reserva. E quem vai pagar terapia para mim depois que eu morrer de arrependimento de ter clicado no link na hora que você MANDOU EU CLICAR?

3) NÃO TENHO TEMPO PARA LER SEUS 18 E-MAILS. Sabe, eu acho que a etiqueta digital exige MESMO bom senso. Se eu recebo um e-mail seu e não CLICO AGORA, PORQUE SOU COMPLETAMENTE LOUCA DE PERDER ESSA OPORTUNIDADE INCRÍVEL, não adianta me mandar um e-mail cinco minutos depois dizendo que está ESTRANHANDO MUITO EU NÃO TER ME INSCRITO AINDA. Por favor, simplesmente pare com essa mania persecutória e me deixe livre para fazer o que eu bem entender a respeito da sua mensagem.

4) APRENDA ANTES DE ENSINAR. Se você está vendendo um programa de como fazer palestras incríveis em seis segundos, primeiro APRENDA a fazer palestras incríveis. De verdade, eu não consigo acreditar numa fórmula de emagrecer que alguém acima do peso me vende. Se a sua comunicação não verbal não está alinhada com a sua comunicação escrita ou oral, desculpa, eu não acredito em você. Outra coisa: peça para alguém revisar seus textos. Há erros em TODOS eles. E graves. Se você é um grande escritor, não vai querer que eu continue achando que você consegue MESMO me ensinar a escrever um best-seller, certo?

5) VOCÊ QUER MESMO QUE AS PESSOAS COMO EU DEIXEM DE TE ADMIRAR? Até entendo profissionais começando seus negócios se beneficiando das técnicas da fórmula de lançamento, por exemplo. Até eles, porém, e eu conheço uma meia dúzia de gente muito boa fazendo isso, tem cuidado com os exageros e CUIDA do que fala, de como fala, da credibilidade e sobretudo da SUSTENTAÇÃO do que está sendo dito. Eu te admiro há anos, te leio sempre, e agora você quer me fazer acreditar que conversa não existe – o que existe é negócio o tempo todo E TUDO QUE HÁ NAS RELAÇÕES É O INTERESSE EM VENDER ALGO PARA ALGUÉM? Por favor, não me fale mais sobre amor. Não vou mais acreditar (sério!) em nada do que você diz.

6) APRENDA COM OS ERROS DE QUEM TAMBÉM FEZ ISSO ERRADO. Lembra da Nokia, quando lançou um comercial em que um fulano aparecia desesperado atrás de uma alma gêmea que ele encontrou (e perdeu) na balada? Eu acreditei na Nokia. Compartilhei o vídeo do cara. Fiquei realmente sensibilizada com a história, mesmo que meus amigos especialistas em marketing digital tivessem me dito que isso era “jogada de marketing”. Mentir virou jogada de marketing quando? Apelar para as emoções, o coração, mesmo com histórias sendo inventadas, é algo bacana? Dá uma olhada no que as grandes empresas e marcas andaram perdendo agindo assim, exatamente como você está agindo agora.

7) VOCÊ REALMENTE ACHA QUE TODAS AS PESSOAS COM QUEM VOCÊ ESTÁ FALANDO TEM CONDIÇÕES DE FAZER DÍVIDAS PARA COMPRAR O SEU PROGRAMA E DEPOIS RECUPERAR O INVESTIMENTO (E FICAR MILIONÁRIAS, COMO ESQUECI DISSO!?). Aí eu já acho que é mais que bom senso. É questão de sensibilidade mesmo. Eu desisti de um empreendimento sério, em marketing multinível, simplesmente porque não conseguia vender nada para alguém que eu sabia que estava numa situação financeira ruim. Comprar um batom comigo poderia até fazer aquela pessoa mais feliz por uns instantes, mas é uma FELICIDADE ILUSÓRIA E TEMPORÁRIA. Você realmente quer ajudar milhares de pessoas e cumprir sua missão, que é essa? Dê palestras de graça para elas. Ponto.

8) O QUE ACONTECE COM VOCÊ? ESTÁ PRECISANDO MESMO TÃO DESESPERADAMENTE DE DINHEIRO? Você diz que é muito rico, mas me manda um e-mail dizendo que vai me dar uma viagem para o Caribe, uma volta ao mundo num balão, um gato persa, uma casa no campo e uma música composta especialmente para mim, além da oportunidade incrível de TE CONHECER PESSOALMENTE E LEVAR PRA CASA UM FIO DO SEU CABELO pela bagatela de R$ 1,99, sendo que o valor real disso tudo seria, sei lá, uns R$ 1 milhão? Você é a Madre Teresa de Calcutá ou está realmente precisando tanto de dinheiro que está apelando para os contos da carochinha? SO-COR-RO!

9) DIZ QUE É TUDO PEGADINHA DO MALANDRO? Eu tenho fé. Mesmo. Acredito que você vai me mandar um e-mail um dia, uma vez só, falando de verdade, escrito por você mesmo, sem nenhuma técnica, pegadinha ou armadilha, dizendo que aquilo tudo foi um equívoco e que você contratou um doido de 14 anos que acha que entende do “mundo 2.0” para te orientar nesse novo caminho, mas entendeu que fez tudo errado. Aí você vai voltar a ser aquele de antes, que eu REALMENTE queria conhecer pessoalmente um dia – mas hoje já deletei da minha caixa de entrada.

10) POR FAVOR, POR FAVOR, POR FAVOR: FALE A VERDADE. Se eu não tivesse um pouco mais de instrução, até acreditaria nas coisas que você me disse, porque sei que você estudou toda a psicologia da coisa para me convencer a te dizer SIM. Mas pare de dizer que qualquer um pode ficar milionário. Pare de dizer que todas as pessoas podem ser absolutamente felizes agora, depois de se inscrever no seu programa. Até acredito que ele pode mudar mesmo a vida de muita gente, mas prometer o Paraíso e consultoria com Deus lá em cima não vale. EU SEI QUE É VENDER ILUSÃO, CARAMBA! Isso me parece doutrina, religião, dessa que você treina muito para convencer um pobre coitado que o dinheiro que ele tem aqui não vale nada, e o faz doar tudo para a igreja – daí esse mesmo treinador sai da “aula” de persuasão montado numa Ferrari novinha. Ele saiu pelas portas do fundo. O dinheiro dele, aqui, vale muito. Às custas do seu.

Desculpem o desabafo, o sincericídio, estou pronta para debater esse tema e receber eventuais críticas, mas antes de julgarem minha revolta se inscrevam num desses programas famosos de caras famosos (de preferência alguém que você admire) e me conte se a experiência não foi, digamos, frustrante.

Daí a gente conversa depois. Com mais embasamento, experiência e argumento.

Sim, bons argumentos DE VERDADE convencem qualquer um de qualquer coisa. Melhor que isso: mantém sua reputação intacta por muito tempo.

Reputação não é algo que se constrói (ou se repara) num programa INCRÍVEL MEGA BLASTER PLUS DE INVRÍVEIS R$ 5 EAIS PARCELADOS EM 5 VEZES.

O custo dela, amigos queridos, pode ser (esse sim) muito mais alto que todos os bônus somados que você sequer imagina poder oferecer um dia aos seus clientes...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Lição para minha afilhada (para mim e para você): paciência

O final de 2015 e começo de 2016 foi um período fundamental na minha vida.

Foi ali que planejei os primeiros passos de 2016, que iniciei a jornada de divulgação do meu projeto com a consultoria, que me dei conta de que não dava para voltar atrás: meus barcos já estavam queimados.

Foi neste período também que recebi na casa nova os meus compadres e amigos, junto com a minha afilhada de cinco anos.

No meio de uma das tantas brincadeiras que tivemos juntas eu ensinei a ela uma lição que, descobriria mais tarde, eu ainda tinha muito o que aprender também. O poder da paciência. Estávamos brincando de Banco Imobiliário, como qualquer criança com inteligência acima da média e hiper acelerada, queria muito que chegasse logo a vez dela de girar a roleta e andar as casinhas. Só que havia cinco pessoas jogando e a vez dela nem sempre chegava rápido. Fora a vontade, natural, de sempre ganhar dinheiro ao invés de pagar. Ficava super triste quando caía numa casa que a forçava a pagar imposto ou aluguel. Se entrava algum dinheiro era uma alegria só.

Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência.

O fato é que, na ocasião, aproveitei o símbolo do jogo de tabuleiro para ensinar a ela que naquele jogo, como na vida, o grande segredo que nos faz “ganhar” é o mesmo: paciência. Precisamos esperar a nossa vez, jogar de forma tranquila, aceitar quando a gente cai numa casa que não é tão boa. Como na vida, nada bom ou ruim dura pra sempre. Você está na prisão e os dados rolam. Você é solto. Você está construindo casas e hotéis e os dados rolam. Você vai à falência.

Tá. Na vida não funciona tão rápido como no Banco Imobiliário, mas a verdade é que esperar a nossa vez de jogar e lembrar que muito do que acontece tem a ver com sorte e é circunstancial tira a nossa necessidade de controle permanente. Se para uma criança de cinco anos essa compreensão é tão difícil, imagina para nós, adultos, “jogando dados” o tempo todo na vida real?

Pois é. Nos últimos dias eu lembrei da lição que ensinei à minha afilhada e precisei usar ela na minha vida. Paciência. Respira fundo e espera. Se você está fazendo a sua parte, com determinação, e já ajustou o que na rota poderia estar te desviando do caminho, é preciso confiar na força do Universo que colabora para atender o que desejamos. O problema é que não podemos querer o controle todo o tempo, todo ele. O tempo do mundo nem sempre é o nosso e vivemos entre pessoas, estabelecendo relações.

Paciência, Rafaela. Paciência.

Você já fez a sua parte, os dados estão rolando, logo chega novamente a sua vez.

Sua vez pode demorar e nem sempre você vai cair numa casa bacana. Mas passa. Os dados voltam a rolar. O jogo continua.

O jogo sempre continua.

Na vida e no jogo. Para mim e para a Marisol.

O segredo é o mesmo, a lei é uma só: paciência. Doses diárias e constantes, lembrete para toda a vida.

Se você caiu na prisão, paciência.

Os dados vão rolar. Espere a sua vez de jogar.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Por que resistimos às mudanças?

Já escrevi sobre isso muitas vezes, mas o tema é tão recorrente na vida de todo mundo (e na minha própria, sobretudo agora), que eu não posso me privar de extravasar a vontade incontrolável de trazer ele à tona. De novo. E tantas vezes quantas forem necessárias, se eu estiver prestes a empreender uma grande mudança, como me sinto agora.

Todos nós temos que trabalhar, o tempo inteiro, a tendência que temos de deixar as coisas no mesmo lugar, exatamente como elas estão, do jeito que nosso cérebro reconhece como “normal”. Tudo em ordem. Não bagunça, não mexe, não vira do avesso.

Daí que você decide que precisa, por exemplo, empreender. Iniciar algo novo. Lançar um projeto que vem martelando em sua cabeça há muito tempo. É tão certo de que vai dar certo que só faltou Deus marcar uma reunião com você, em seu escritório celestial, e te mostrar o Plano de Negócios. Garantindo, com cópia autenticada em cartório, que não tem como aquilo dar errado. Você está pronto, fez tudo direito. O Universo colaborou de forma absolutamente eficiente para que aquele momento chegasse e um novo tempo fosse inaugurado.

Mas você tem medo. A gente tem medo. Dá um frio na barriga na véspera. O cérebro réptil (falo dele do meu livro, muita gente boa fala desse danado também, procura no Google que você encontra boas referências a respeito se quiser se aprofundar) manda um monte de sinais de alerta.

Insônia. Pesadelos intermináveis e recorrentes. Eu mesma já tive o mesmo pesadelo nas últimas semanas e confesso que estou cansada de sentar de manhã e perguntar pro meu inconsciente: cara, na boa, eu não vou desistir, qual o seu medo, que tal a gente fazer as pazes e continuar?

No pesadelo eu “volto” ao mundo corporativo, sento numa mesa com um monte de gente ao redor, em baias com PC’s e muitas regras, os elementos típicos desse ambiente, e me sinto absolutamente péssima em estar lá. Chove, alaga lá fora, negocio trabalhar apenas meio turno, decido que no outro vou ser professora universitária. Tudo para convencer as pessoas que trabalhar num escritório EM CASA é algo tão sério e bacana (ou melhor) quanto trabalhar em um ambiente corporativo convencional.

Sabe o que é isso? Eu, ainda tentando me convencer disso. Pode?

Eu DECIDI fazer isso HÁ UM ANO. Terapia, coaching, um livro escrito, centenas de conversas depois, o projeto desenhado, clientes que chegaram antes de eu lançar a consultoria propriamente dita, uma metodologia que eu mesma desenvolvi, com um custo x benefício incrível.

Qual é a dúvida, Rafaela Manzo? Qual o problema? O que mais falta para você SE CONVENCER que isso vai dar certo?

Falta você acreditar de um jeito tão forte e tão firme que nem o seu inconsciente será capaz de te derrubar. Exatamente como estou fazendo agora.
Cada vez que um sinal de sabotagem aparece, seja no mundo dos sonhos ou no mundo real (advinha quem voltou a dar as caras mesmo depois de mais de um mês sem açúcar refinado na dieta? Sim, a enxaqueca!), eu invento um jeito de contornar o pensamento que originou o processo.

Nessa “brincadeira” de impor a minha escolha e afirmar meu objetivo de modo convincente (antes, para mim mesma), eu estou sentada há mais de 48h desenhando sozinha (com um pouco da ajuda no namorido na edição do vídeo e escolha dos materiais gráficos, vai!) o projeto de lançamento da minha Consultoria em Comunicação.

Já fiz um site, um vídeo, um release, dois mailings, um roteiro, um blog, criei logo e slogan, cartão de visita, Adwords, Analytisc, LinkedIn, defini estratégias, escolhi públicos, acionei ferramentas digitais e utilizei tudo que aprendi sobre comunicação para utilizar COMIGO MESMA. Casa de ferreiro, espeto de FERRO.

Se eu não souber promover bem minha própria imagem, como poderia oferecer uma boa consultoria a alguém para trabalhar a sua?
Sou de verdade. Tudo que faço tem que ser de verdade.

Ao colocar a mão na massa e experimentar esse planejamento, a estratégia e a execução dos conselhos que eu mesma dou, faço a coisa toda ter ainda mais sentido.

Fazendo sentido para mim, fará sentido para qualquer pessoa que eu venha a atender.

Seja para iniciar um aconselhamento de comunicação, um projeto literário, fazer uma palestra ou um curso: administrar os mecanismos de sabotagem em mim fazem eu ter mais matéria-prima e histórias para contar. Histórias autênticas, originais, verídicas.

Não quero usar exemplos alheios, sabendo que tive a chance de ME EXPERIMENTAR.

Então o inconsciente começa a entender que seus esforços para me paralisar serão vãos.

Ou ele para ou vamos continuar em embate. Eu não pretendo desistir.

A grande questão é: quem está no controle? Se você leu meu livro, vai lembrar bem desse tópico.

Aqui, cara, quem manda sou eu.

E se você resolver aparecer de novo em forma de pesadelos fantásticos em que volto de forma completamente deslocada aos meus antigos empregos tradicionais, te prepara, que eu vou te usar – como matéria-prima para escrever aqui essas histórias engraçadas.

No fundo eu sempre desconfio que a gente só vive determinadas histórias para poder conta-las um dia para alguém. Ou alguéns. Não importa.
No meu caso, fazer a diferença na minha própria história e ajudar você a mudar a sua faz TODO O SENTIDO desde que entendi a minha missão aqui.

Então: você, aí, que está lendo esse textão.

Já sabe então, né? Nem adianta jogar contra o meu desejo. Se nem meu inconsciente paralisa a decisão que eu tomei, imagina se vou deixar outra pessoa me sabotar?

Pode vir quente que eu estou fervendo. Críticas são bem vindas, se construtivas.

Se não, podem ficar aí mesmo.

Aqui eu administro a brincadeira.

Entendido?

Pois bem, segunda-feira, pode chegar. Já estou pronta. Artilharia pesada vai ser utilizada. Site, Fanpage, Youtube, Blog, Imprensa, Email Marketing. Tudo que sempre recomendei. Tudo a que tenho direito.

Publique-se.

Publique-me.

Que só me sigam os bons e aos meus desejos todos os anjos digam “Amém”.

Por onde começar... rs

São Bernardo do Campo, 9 de janeiro de 2016

Nem parece que 2015 passou. Meu ano novo começou muito antes dele começar, efetivamente. Exatamente no dia 11 de novembro de 2015, quando lancei “Queimei os Barcos – Inspiração, Motivação e outras Danças”, na Livraria Cultura, de forma independente. Foi a realização de um sonho e a consolidação de um desejo antigo: assumir para o mundo meu lado “escritora”.

De lá para cá não consigo listar o tanto de coisa que já aconteceu. Parece que passaram anos. Mudei de casa, juntei os trapos com o “namorido”, tive lua de mel antes do casamento, finalizei meu processo de coaching, escrevi as linhas do meu futuro, com planos ousados – porém factíveis.
Nesta segunda-feira, 11 de janeiro, lanço oficialmente meu novo projeto, que tem tudo para ser frutífero e gerar toda a abundância com que sempre sonhei, num trabalho com amor e propósito. O portal Rafaela Manzo vai reunir os três tipos de serviço com os quais pretendo atuar, projeto que ganhou forma depois que lancei meu livro.

Para quem ainda não o leu, ainda tenho alguns exemplares impressos que posso enviar para você por Correio. Ainda não pretendo lançar uma versão digital dele.

A boa notícia é que, para você que já o leu, pode acompanhar a, digamos, continuação da minha “saga” aqui, neste blog, onde pretendo contar todas as aventuras depois dos “barcos queimados”.

A ideia é que continue inspirando pessoas com as minhas histórias e pare de escrever textos gigantes no Facebook, onde irei apenas postar os links para as páginas onde o que escrevi vai estar publicado.

No caso dos textos literários, aqui.

Não tem jeito, eu não sei viver sem escrever.

Claro que já tem o projeto do segundo livro em andamento, que não vai ser a continuação do primeiro, mas eu vou continuar alimentando este blog em paralelo.

Meu primeiro texto é mais explicativo, mas já tenho outro pronto, aqui na cachola, pra dividir com você. Quero começar falando sobre como ainda é presente e administro em minha vida o mecanismo mais visceral que temos guardado em nosso cérebro réptil: o medo de mudar. A incapacidade de empreender mudanças ousadas ativa as nossas memórias inconscientes que avisam, à beira da mudança, que tudo pode dar errado, que você pode se frustrar.

Mas eu vou falar sobre isso já já. Agora a regra é programar a publicação desse blog, ao tempo em que todos os outros canais de divulgação do meu novo projeto serão acionados (vem aí, segunda-feira, 11/01/16, todas as novidades!).

Espero que gostem, que venham sempre aqui, que comentem, partilhem o que julgarem relevante, interajam.

Sobretudo, desejo que driblem todas as provocações do inconsciente e MUDEM o que precisa ser mudar. Pra ontem. Pra hoje. Já.

Eu sou prova de como virar a página e romper com o padrão pode ser libertador. E conheço mais umas dúzias de gente boa que escolheu essa jornada como única possível para viver mais – e melhor.

Vou te contar por aqui as minhas andanças.

Bem-vindo ao mundo Rafaela Manzo – a Escritora.

Pode ficar à vontade.

Boa leitura!