quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Lições de 2016: humildade, paciência, persistência, criatividade, flexibilidade e CORAGEM

Sim, vai ter textão de final de ano.

Não dá para deixar um período tão rico em aprendizado passar em branco.

Em muitos momentos eu fiquei muda, atônita, pasma. Foram muitas mudanças, tanto no mundo externo quanto no mundo interno, e nem todas boas. A verdade é que agora, à beira da virada, eu tenho a sensação de que esse foi um ano muito, muito rico. Como quase sempre na vida, aprendemos nos momentos de crise. E não faltou crise para nos ensinar esse ano, não?

Aconteceu comigo e com um monte de gente querida. Tive a sensação de que o ano passava e ia levando tudo. Empregos, dinheiro, carro, viagens, possibilidades, sonhos, compromissos, amigos. Cai governo, cai medida, cai acordo, cai promessa. Muitas quedas. Obviamente elas nos enfraquecem.
Cair dói. Perder, idem. Esse foi um ano de queda e de perdas pra muita gente. Mas olha que bacana: quando tudo nos é tirado, resta e fica o essencial. E, no caos, só temos uma saída: recomeçar.

Penso que 2017, porque a fé 2016 não me tirou, será um ano de muito, muito potencial pra muita gente. Sobretudo quem, como eu, começou a se questionar: ok, e o que eu posso fazer para mudar isso?

Porque sim, tem coisa que a gente não pode mudar, mesmo. Mas a maioria a gente pode, sim. Somos criativos, temos a pulsão de viver, de sobreviver. Conseguimos achar saídas, temos instinto, gana e pulso. Coragem!

Eu encarei uma maratona. Queimei os barcos, escrevi um livro, construí um lar, uma carreira autônoma, uma vida muito nova num tempo muito novo.
Tive bons momentos? Sim, muitos. Mas muitas vezes, muitas mesmas, eu me vi completamente perdida e desorganizada, sem saber direito se as escolhas que fiz foram boas ou adequadas à situação política-econômica-espiritual-moral que estamos todos atravessando.

Fui abrindo mão de muitas coisas, à medida que o ano passou, para tentar chegar ao fim mais leve. E seguir pagando as contas, fazendo planos, tendo alguma perspectiva de melhora. Vendi meu carro, tive que dizer muitos “nãos”, passei quase todos os finais de semana em casa, para economizar. Desisti do sonho de casar, do jeito tradicional, porque não tinha grana ou sentido fazer isso agora. Fui perdendo a inspiração à medida que o tempo passava. As coisas foram murchando, e eu murchei um pouco com elas.

Daí cheguei ao ponto que me levou a escrever esse texto.

O que eu posso fazer para mudar? De onde partir, como melhorar o que está ao meu alcance?

Primeiro, a lição mais preciosa de todas: impossível se manter agarrado a ideias fixas. Convicções são ótimas, mas só se não te aprisionam. Eu acreditei com muita força que jamais seria feliz de outro modo que não vivendo uma jornada independente, mas me dei conta de que sou infinitamente melhor ao lado de gente, trabalhando em equipe. Não importa onde esteja: eu posso fazer a diferença e cumprir minha missão em QUALQUER LUGAR.

Sim, voltar ao mundo corporativo passou a ser uma possibilidade novamente. Porque eu estava diferente, porque o meu jeito de olhar para ele estava diferente, porque eu tinha a certeza de que poderia ser melhor agora. Estamos todos, inclusive as organizações, se reinventando no meio dessa crise.

Além do mais, eu cresci e aprendi tanto. Minha mente, minha alma, meu leque se expandiu. Meu jeito de olhar para as coisas mudou. Ademais, sinto falta de muitas coisas, dentre elas essa que sempre foi a matéria prima do meu grande amor, a escrita: pessoas. Conviver com elas. Enfrentar o dia a dia ao lado delas.

Então a primeira grande lição veio: humildade. Precisava me desapegar das convicções escritas, publicadas, alardeadas tanto tempo. Isso me inquietou muitas vezes. Como “desdizer” o que está dito? Escrevi um livro sobre queimar os barcos e estou pensando em voltar ao mar?
Acontece que fiquei muito tempo presa à ilha, quando na verdade a minha natureza pede que eu navegue. E não há mal algum em mudar de ideia, de opinião, de rumo, quando você contraria a sua natureza.

Aprendo que em todos os mundos, inclusive nesse super bacana do autoconhecimento, há muito ego envolvido. Muita gente trabalha em função do ego, e não do amor.

Então entendi que a batalha, aqui, é aprender a lidar com as armadilhas do ego, e que isso pode acontecer tanto se você for um super executivo de multinacional ou um dono de um retiro de meditação.

A verdade é que conheci muitas pessoas, nesse universo do Coaching mesmo, que por trás de uma aparência de solidariedade, sabedoria e amor escondem um ego maior que o mundo, e no fundo não estão bem com elas mesmas – mas precisam se manter firmes na promessa de ajudar o outro a ser melhor com ele, porque é disso que o ego delas se alimenta.

Embora, do mesmo modo, haja gente lindíssima mesmo trabalhando com isso, talvez não seja a minha praia. Ou seja, desde que faça sentido. Não estava fazendo. Não mais. Não pra mim.

Insistir e persistir tem significados muito diferentes. Acho importante persistir, quando algo faz muito sentido pra você: mas insistir não é legal. Não foi no meu caso.

Humildade. Coragem. Flexibilidade. Persistência. Criatividade.

Coloquei tudo isso na mochila e fui atrás de um caminho novo.

Estou atrás dele exatamente agora.

Você pode mudar o caminho quantas vezes quiser. Pode SIM.

Você deve satisfação apenas a você mesmo e à sua consciência, porque só você conhece mesmo a sua jornada, de perto, e sabe os motivos e as razões que te levam escolher este ou aquele caminho.

Meu coração deseja uma vida mais tranquila, agora.

Um caminho de paz para poder me dedicar, efetivamente, à construção da minha nova família, fruto do meu amor, que chegou no tempo que tinha que chegar, como tudo é do jeito que precisa ser.

Depois de ler algumas vezes o laudo iridológico da querida Ana, amiga de infância, constato o que sempre soube. Sou esse paradoxo ambulante. Estou sempre em busca de coisas novas, movida pelo SENTIDO delas.

Então começo a me despedir de 2016 com menos tristeza e rancor e muito, muito mais esperança. Muita fé. Muita coragem.
Essa que os recomeços exigem que tenhamos.

A sabedoria de saber quando é a hora de parar de insistir eu acho que já consegui.
A teimosia é uma armadilha do ego que a gente só combate com a humildade e a humanidade necessárias à sobrevivência.

Eu sigo sendo essencialmente amor, movida e impulsionada por tudo que se relaciona ao amor. Isso faz parte do pacote de ser quem eu sou, não importa onde ESTOU.

Onde estou e o que estou fazendo é passageiro.

Quem sou é permanente. A gente vai lapidando e ajustando, com o único propósito de melhorar. Para nós mesmos, para os que amamos, para o mundo.
Não sei onde estarei em 2017, mas tenho certeza de que não estarei no mesmo lugar.

Espero que você também não, se o lugar em que está não te faz feliz.

Meu desejo de ano novo é que você VIVA VOCÊ. Com toda a complexidade e beleza que ser nós mesmos exige.

Assuma-se.

Ame-se.

Ame.

Exatamente do jeito que PRECISA que seja.

A vida, aqui, é circunstância. Passa. Como tudo.
Mas você pode se esforçar, todos os dias, para fazer dela uma experiência realmente interessante. Planeje, comece, arregace as mangas. Vá.
Tenha humildade e sabedoria. Sobretudo coragem. Mas vá.

Aproveite a experiência de estar aqui.

Que o seu coração seja o seu guia e a opinião dos outros não importe mais tanto quanto você precisa que seja.

Renasça.

Somos todos fênix e a capacidade de nos recriar é um dos mais bonitos legados que Deus nos deixou.

Eu posso, você pode!

Vamos lá? Juntos, com o que estiver ao nosso alcance, fazer um ano novo melhor do que esse?
Feliz ano novo. Por todos os anos que você precisar se renovar.

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